sexta-feira, 29 de junho de 2012

Câmeras, Registros e Emoções

Nos últimos meses a minha vida tem sido marcada por eventos culturais. Quem é morador de  cidade grande tem muito acesso a iniciativas desse tipo, como shows, exposições, peças teatrais, entre outros.
Em um dos últimos shows em que fui, uma questão me chamou muita atenção. Trata-se de uma questão visual, especificamente. Nesse evento ocorreram alguns fatos interessantes, para não dizer “óbvios”.  Todos, fruto da sociedade extremamente tecnológica em que vivemos.
As cortinas se abriram. A cantora fez mesuras enquanto jogava o seu longo cabelo em ondas para o lado. Eu ensandecido, tomado pela euforia e o calor da apresentação, comecei a cantar junto a ela. A cantora interpretava canções que emocionavam, e eu me perdia no espaço em que, também, as ondas sonoras dançavam.
Esse espetáculo, mais que um show, me permitiu algumas reflexões. A principal delas é que, hoje em dia, com as diversas tecnologias que possuem "poderes registradores", as pessoas passaram a enxergar o mundo por meio das telas digitais. Celular, câmera fotográfica, filmadora... Seja o que for, ou, onde for, eles sempre estão presentes.
Não pensem que eu sou uma pessoa alheia ao mundo das novas mídias, só porque não consigo encaixar a ideia de uma pessoa, em um show, diante da intensa emoção do ao vivo, se contentar em enxergar píxels.
Toda a tecnologia é feita para servir ao ser humano. Momentos reais de alegria e explosão merecem olhos reais. Olhos que registram emoções, sentimentos e lembranças. REALIDADE. Ou seja, registram tudo o que uma câmera não consegue registrar.






Um comentário:

Eduardo Montanari disse...

Talvez por eu sempre gostar de artes, de desenhar, de observar o mundo desde que eu era apenas um efêbo, tenho uma certa paixão por ver as coisas através de lentes (pode-se dar ao fato também de eu ser obrigado a usar óculos para sempre). Eu acho que conseguimos as vezes ver algumas coisas de forma mais poética do que com somente nossa visão comum.