Nos últimos meses a minha vida tem sido marcada por eventos culturais. Quem é morador de cidade grande tem muito acesso a iniciativas desse tipo, como shows, exposições,
peças teatrais, entre outros.
Em
um dos últimos shows em que fui, uma questão me chamou muita atenção. Trata-se
de uma questão visual, especificamente. Nesse evento ocorreram alguns fatos
interessantes, para não dizer “óbvios”. Todos, fruto da sociedade extremamente
tecnológica em que vivemos.
As
cortinas se abriram. A cantora fez mesuras enquanto jogava o seu longo cabelo em
ondas para o lado. Eu ensandecido, tomado pela euforia e o calor da
apresentação, comecei a cantar junto a ela. A cantora interpretava canções
que emocionavam, e eu me perdia no espaço em que, também, as ondas
sonoras dançavam.
Esse
espetáculo, mais que um show, me permitiu algumas reflexões. A principal delas é
que, hoje em dia, com as diversas tecnologias que possuem "poderes registradores",
as pessoas passaram a enxergar o mundo por meio das telas digitais. Celular, câmera
fotográfica, filmadora... Seja o que for, ou, onde for, eles sempre estão
presentes.
Não
pensem que eu sou uma pessoa alheia ao mundo das novas mídias, só porque não consigo encaixar a ideia de uma pessoa, em um show, diante da intensa emoção do ao vivo, se contentar em enxergar píxels.
Toda
a tecnologia é feita para servir ao ser humano. Momentos
reais de alegria e explosão merecem olhos reais. Olhos que registram emoções,
sentimentos e lembranças. REALIDADE. Ou seja, registram tudo o que uma câmera
não consegue registrar.
Um comentário:
Talvez por eu sempre gostar de artes, de desenhar, de observar o mundo desde que eu era apenas um efêbo, tenho uma certa paixão por ver as coisas através de lentes (pode-se dar ao fato também de eu ser obrigado a usar óculos para sempre). Eu acho que conseguimos as vezes ver algumas coisas de forma mais poética do que com somente nossa visão comum.
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