Assim aconteceu: eu me vesti de mundo e fugi de você. Meu bem, já esclareço
que optei por vocativos excessivamente EXTREMADOS para dimensionar
educadamente a minha ironia, pois enquanto escrevo escorre
peçonha pelos meus dedos.
Foram
anos doados e nenhum donativo. Entreguei-lhe sentimentos e nacos de alma.
O
primeiro passo foi fazer com que a minha família ficasse em segundo plano. Você
chegou ocupando espaço em demasia no meu disco rígido, deixando poucos gigas para
meus pais, irmãos, tios, sem contar o ciúme que você fazia questão de
demonstrar quando meu primo se aproximava. Era só primo, meu lindo
primata!
Como
se não bastasse, após a interferência primordial, você começou a se importar com os meus vestidinhos curtos e com as minhas pernas que dançavam sobre os patamares do seu ego. Hoje, até acho que essas atitudes eram reflexo de seu
forte narcisismo. Um tanto homossexual, não acha, meu bípede preferido?!
Família,
amigos, meu figurino, meu corpo... Eu poderia enumerar todos os malefícios que
você me causou, entretanto escolho terminar mais ou menos por aqui. Prefiro ser
concisa nas minhas declarações. Há meia
hora queimei os seus presentinhos, as fotos, até a minha calcinha de renda vermelha
que você, provavelmente, deve ter batizado com água de Pomba Gira.
Seu
eu pudesse cortaria a sua língua da mesma maneira que você amputou, gradativamente, o meu direito de ser mulher. Saiba que até a
tatuagem com o seu nome eu cobri com o amor próprio.
SEE YOU IN HELL! XXX
3 comentários:
Wou, adorei Raphael. Foi Maravilhosa e muito bem elaborada a Crônica.
Xoxo
http://leitorapsicotica.blogspot.com.br/
Sensacional!!!
Gostei demais do início, da referência à ironia...
Queimar presentinhos... típico de quem quer queimar a lembrança de quem deu os presentes rsrs
Calcinha batizada com pomba gira... Sensualidade intensificada, heim!
Belo texto
Amei!!!
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