domingo, 17 de março de 2013

Mídias que Interferem

Desde os primórdios do mundo, o ser humano convive com constantes alternâncias no que diz respeito às mídias e às novas tecnologias. Estas atualizações interferem de diversas maneiras em nosso cotidiano, como a fronteira implícita entre o público e o privado, a necessidade de adaptação às novas mídias, e, claro, o questionamento essencial: será que as pessoas, de fato, possuem efetiva participação democrática no espaço virtual?
LP, fita cassete, CD e MP3. Marcos Troyjo (doutor em sociologia e ciências políticas pela USP), na palestra "Sociedade em rede: o homem na era das novas mídias’’, estabelece um quadro de evolução e, consequentemente, de sobreposição de uma tecnologia a outra.
               A nossa capacidade de adaptação é grande comparado às diversas mudanças de plataformas que presenciamos. Algumas dessas mudanças exigem que os grandes veículos comunicacionais se reformulem para garantir uma interatividade maior com o público, sob pena de tornarem-se desinteressantes ao filtro analíticos dos espectadores.
            A escrita também passa pelo crivo das atualizações midiáticas. Segundo Troyjo, antes as pessoas tinham como condição escrever manuscritamente no papel (utilizando lápis, caneta, etc), em seguida passou-se a escrever no computador (utilizando o teclado tradicional) e, atualmente, escrever no celular é a nova manifestação (usando o teclado QUERT         OU O TOUCH SCREEN). Da mesma maneira que houve uma gradativa mudança do movimento das mãos e dos dedos para escrever, ocorreu um redimensionamento de postura frente aos novos mundos que nos afetam a todo o momento.
O advento da internet é uma forte característica que marcou e marca a identidade da nossa geração. Com ela, muitas coisas antes estabelecidas mudaram de mão e direção. Problemas como a exposição da vida pessoal caracterizam o espaço, que, por muitas vezes, é usado com pouco discernimento pelos internautas.  Talvez seja uma tentativa de remodelar a imagem individual ou pura ingenuidade dos usuários, já que a internet e, mais especificamente, as redes sociais, são constituintes novos (nessa formatação) de nossas vidas.
            Em um trecho do livro “Leitores, Espectadores e Internautas”, Néstor García Canclini afirma, “... os novos meios geram desafios para os quais a maioria dos cidadãos não foi treinada...”. Com tantas plataformas disponíveis é mais válido utilizá-las em favor da aquisição do saber que, por exemplo, a extrema exposição da vida pessoal. Esse é o momento em que o ser humano necessita ativar um filtro sensível às variações e às implicações pelas quais as mídias passam.




Um comentário:

Paty L. disse...

Tu escreve bem e gostoso de ler. Amo as fotos que você escolhe para o post ;)