domingo, 5 de agosto de 2012

Desprendimento

Vozes se erguem e o clamor do povo ecoa, a rua segue extensa e o sol forte oprime. Um alguém, mais um, suporta a opressão do excesso de luz. Qualquer que tenha sido o fenômeno não teve força para  bloqueá-lo. Nada poderia parar uma vontade. Nada.
Com botas pretas cada vez mais aceleradas e pés que maquinavam roboticamente na areia confusa, o calor vaporoso fazia a roupa colar ao corpo. Desconforto. Ausência de pensamentos.
O morro descia. Declínio. Vale. Tiros começam e fazem o oposto cair. O que estava na frente expirou. Aquele vazio corpo deixou-se. Justiça feita. Então, depois do dito, as vozes calaram-se. Bocas atadas. A metralhadora oral escapou toda a revolta que contida estava. Diferente do dia, a história se foi e a ação também.
Revoltas libertas é uma represa rompida.


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