sábado, 15 de dezembro de 2012

Em Busca de...

Eu quero escrever sobre sentimentos próprios, confessar algumas angústias assoladoras, ou algo assim. Mas, estranhamente, as palavras não querem me abordar. De pura alma escrita quero me revelar, sem saber por que ou para quê. Sinto e registro, sem muitas pretensões.
            Não sei atribuir a alguma coisa específica a dor das minhas palavras, talvez até esteja fazendo delas uma junção do nada. Ou o nada seja a minha vida. Como o formato do zero, sempre contínuo e sem um ponto de chegada.
            Já caminhei em lúgubres lugares, eu sei disso. Estou sempre em busca de uma realização ou algo que me torne mais completo. É uma angústia estranha, por mais que não exista angústia que não seja estranha, assim creio. Por acaso eu sei de várias coisas, e, ainda assim, de nada elas me valem.
            Às vezes tenho preguiça do mundo. Não confundam com preguiça de viver. Eu gosto da minha vida, por mais contraditório que isso possa parecer. Por causa dessas tensões já fui diversas vezes rotulado. Algumas pessoas já me chamaram de reclamador, ingrato, bipolar, entre outras etiquetas que em nada me descrevem. Parece que eu deixei de ser concreto. Nós somos seres concretos? Será que é isso?
            Enquanto a roda gira eu vou junto, com um sentimento de indiferença. Não me arrependo do meu distanciamento, pois para isso eu tenho uma clara resposta: fuga. Me disfarço de outros. Com muita luz alheia e fugaz tenho que clarear as minhas veredas. Eu prossigo, eu retorno e contorno. Sempre tento resgatar a antiga direção, por maior que tenha sido o desgaste do tempo e a perca de sensibilidade.


2 comentários:

Eduardo Montanari disse...

Ler as vezes alguns dos seus textos são para mim como me sentar em um lugar convofortável, aconchegante, tomando uma doce xícara de chocolate quente. Muito agradáveis e suaves.

Paty L. disse...

"Estou sempre em busca de uma realização ou algo que me torne mais completo."
"Algumas pessoas já me chamaram de reclamador, ingrato, bipolar, entre outras etiquetas que em nada me descrevem."
Me identifico com você. Para ser sincera, acho que todo mundo passou, passa ou irá passar por isso. E sempre acho que certas coisas da vida são passageiras só pra Ele nos mostrar como é.
Ás vezes me sinto aliviada quando leio palavras de outros que poderiam estar saindo da minha boca. É algo como "não estou sozinha nesse mundo", rs
PS: Amo seus contos e acho que você deveria escrever um livro, rs
PS2: Amo Pato Fu. Eles vieram no festival de brinquedos, foi maravilhoso!